30 de setembro de 2011

Que seja você seu maior motivo...

Os homens sempre esquecem que a felicidade humana é uma disposição da mente e não uma condição circunstancial.
John Lodke



Tarde de inverno, eu caminhava pelo parque, com um vento frio que soprava insistente, o sol suave e agradável, num céu azul claro, sem uma nuvem, permitia um mergulho em pensamentos, sobre planos, projetos, sonhos. Eu caminhava e ao mesmo tempo discutia ideias comigo mesmo, num diálogo interno.

Então reparei numa figura, sentada à margem do caminho, em posição de “lótus”. Olhos fechados, ele parecia meditar.

Minha curiosidade não permitiu continuar a caminhada. Parei ali um pouco ao lado daquele homem, que estava vestido de forma simples. Ele tinha cabelos branquinhos, o que dava a entender que já possuir uma idade de maturidade, os cabelos bem cortados e penteados, se apresentava bem barbeado. Porém nada com uma típica imagem de um “monge”, por isso mesmo a atenção que me chamou pelo estado que se encontrava.

Aparentava um semblante que exalava felicidade.

Eu nunca tinha me dado ao trabalho de observar alguém meditando. Porém, ali estava eu parado num parque, numa linda tarde ensolarada de inverno, observando atentamente, um completo estranho, em estado de meditação.

Claro que um turbilhão de pensamentos ocorreram naquele momento. Desde me censurando, por estar invadindo uma privacidade, até o fato da minha presença enxerida ali, importunar aquele homem.

Enquanto combatia meus próprios pensamentos, fui surpreendido com sua fala:

- Você quer me perguntar qual é razão da minha felicidade?

A primeira coisa que murmurei pra mim mesmo num som quase incompreensível foi:

- Caramba, esse cara leu meu pensamento!

Quando então consegui falar claramente para ele.

- Desculpe-me senhor, não queria perturbá-lo, atrapalhar sua meditação!

- Você não me perturbou! Eu estou num estado que não permite que eu me sinta perturbado.

- Mas o senhor estava meditando, não estava?

- Sim, estava!

- Mas meditar não quer dizer, desligar-se do mundo exterior e concentrar-se em si mesmo?

- Verdade, mas não quer dizer que eu não possa me integrar com o mundo à minha volta.

- Interessante. Como isso funciona?

- Ah meu rapaz, este é o caminho do aprendizado.

- Agora sim, o senhor conseguiu aguçar ainda mais, minha curiosidade. Eu que me considero um aprendiz da vida, ainda não consegui chegar nesse estágio.

Enquanto esse diálogo acontecia, pessoas caminham por ali, passavam apressadas em idas e vindas sem prestar qualquer atenção ao homem e a mim, que ali conversava com ele.

Durante esse tempo, o semblante feliz do homem, não se alterou. Uma serenidade incrível se mantinha na face. O que me estimulou a reafirmar a pergunta que ele sugeriu, quando começamos nossa conversa.

- Já que o senhor sugeriu, quase lendo meu pensamento, permita-me perguntar: Qual é o motivo desse seu estado visível de felicidade?

- O motivo sou eu! Respondeu.

- Como? Pode me explicar isso! Porque eu estou fazendo um esforço enorme e não consegui entender o que isso significa. Você ser o motivo da sua felicidade.

- Claro, explico sim, com muito prazer. Eu sou feliz, por mim mesmo. Pelo que sou. Eu não tenho nenhum motivo que não seja eu mesmo, para ser feliz.

- Bem, eu acredito que a felicidade está dentro de nós. Mas como eu posso ser meu próprio motivo para ser feliz?

- É isso mesmo! A felicidade encontra-se dentro de você. Por isso você é o motivo da sua felicidade. Qualquer coisa fora de você pode desaparecer, mudar, acabar e com isso acaba seu motivo de ser feliz.

- Agora entendi... Vou me concentrar mais em mim mesmo. Prestar atenção no motivo que eu sou para ser feliz.

- Mas, cuidado meu rapaz, não queira forçar a barra.

- Hum! Como é que é?

- Você só precisa deixar a felicidade brotar em você. Deixá-la aflorar. Se você forçá-la, ela não surgirá. É como plantar uma semente na terra e querer em seguida colher os frutos da árvore.

- Caramba. Agora sim, você arrasou! Que tipo de monge você é?

- Nenhum. Sou apenas um homem que descobriu em si mesmo todos os motivos para ser feliz.

- Muito obrigado pela lição! Eu ganhei o dia. Ganhei a semana, o ano, a vida!

- Vai em paz meu amigo, permita-se ser feliz. Você é o motivo da sua Felicidade!.

- Até mais, meu amigo! Tchau.

- Tchau.

E você , percebeu que você é seu único motivo para ser FELIZ.


Pense nisso...

(Sigmar Sabin)

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