26 de março de 2012

Posto, logo existo

Tão preocupadas em existir para os outros, as pessoas estão perdendo um tempo valioso em que poderiam estar vivendo, ou seja, namorando, indo à praia, trabalhando, viajando, lendo, estudando” 



Começam a pipocar alguns debates sobre as consequências de se passar tanto tempo conectado à internet. Já se fala em “saturação social”, inspirado pelo recente depoimento de um jornalista do “The New York Times” que afirmou que sua produtividade no trabalho estava caindo por causa do tempo consumido por Facebook, Twitter e agregados, e que se vê hoje diante da escolha entre cortar seus passeios de bicicleta ou “alguns desses hábitos digitais que estão me comendo vivo”.

Antropofagia virtual. O Brasil, pra variar, está atrasado (aqui, dois terços dos usuários ainda atualizam seus perfis semanalmente), pois no resto do mundo já começa a ser articulado um movimento de desaceleração dessa tara por conexão: hotéis europeus prometem quartos sem wi-fi como garantia de férias tranquilas, empresas americanas desenvolvem programas de softwares que restringem o acesso a web, e na Ásia crescem os centros de recuperação de viciados em internet. Tudo isso por uma simples razão: existir é uma coisa, viver é outra.

Penso, logo existo. Descartes teria que reavaliar esse seu cogito, ergo sum, pois as pessoas trocaram o verbo pensar por postar. Posto, logo existo.

Tão preocupadas em existir para os outros, as pessoas estão perdendo um tempo valioso em que poderiam estar vivendo, ou seja, namorando, indo à praia, trabalhando, viajando, lendo, estudando, cercados não por milhares de seguidores, mas por umas poucas dezenas de amigos. Isso não pode ter se tornado tão obsoleto.

Claro que muitos usam as redes sociais como uma forma de aproximação, de resgate e de compartilhamento — numa boa. Se a pessoa está no controle do seu tempo e não troca o virtual pelo real, está fazendo bom uso da ferramenta. Mas não tem sido a regra. Adolescentes deixam de ir a um parque para ficarem trancafiados em seus quartos, numa solidão disfarçada de socialização. Isso acontece dentro da minha casa também, com minhas filhas, e não adianta me descabelar, elas são frutos da sua época, os amigos se comunicam assim, e nem batendo com um gato morto na cabeça delas para fazê-las entender que a vida está lá fora. Lá fora!! Não me interessa que elas existam pra Tati, pra Rô, pro Cauê. Quero que elas vivam.

O grau de envolvimento delas com a internet ainda é mediano e controlado, mas tem sido agudo entre muitos jovens sem noção, que se deixam fotografar portando armas, fazendo sexo, mostrando o resultado de suas pichações, num exibicionismo triste, pobre, desvirtuado. São garotos e garotas que não se sentem com a existência comprovada, e para isso se valem de bizarrices na esperança de deixarem de ser “ninguém” para se tornarem “alguém”, mesmo que alguém medíocre.

Casos avulsos, extremos, mas estão aí, ao nosso redor. Gente que não percebe a diferença entre existir e viver. Não entendendo que é preferível viver, mesmo que discretamente, do que existir de mentirinha para 17.870 que não estão nem aí. 

Martha Medeiros, Jornal o Globo de 25 de março de 2012.

1 de março de 2012

Você rompe o ciclo de ódio, com Amor e Perdão...


Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a única.
Albert Schweitzer


Creio que você há de concordar comigo, que vivemos um tempo extremamente conturbado. Basta ligar num noticiário que somos bombardeados com notícias relacionados a atos, fatos e acontecimentos violentos.

Observando este cenário, no mundo todo, eu me pergunto. Será que não existe alguma maneira de frear isso, mesmo acabar com tantos acontecimentos violentos?

Pois, são acontecimentos que causam indignação, muitas vezes até revolta. Mas por outro lado, eles me remetem novamente à reflexão!

O que esses acontecimentos interferem em nossa vida? O que eles mudam na sociedade em geral?

Esse questionamento que eu lhe faço , é para que você pense um pouco, sobre a responsabilidade destes acontecimentos. 

Como é que eu posso intervir de alguma forma para interromper esses ciclos de ódio?

Por isso, hoje quero conduzir uma reflexão sobre algumas ideias para diminuir a violência, que pode iniciar ao nosso redor. Bem perto de mim ou de você.

Penso que o caminho para isso está na construção de um ambiente harmonioso, com tolerância e perdão.

Veja só como eu imagino que isto seja possível .

Quero exemplificar, ilustrando com uma historinha!

Certa vez um empresário com grande poder de decisão, tomado por um rompante de ódio, gritou com um diretor da sua empresa. 

Este diretor, ao chegar em casa, na ora de almoçar, encontrando uma mesa fartamente posta, ainda remoendo sua magoa como seu chefe, gritou com a sua mulher, acusando-a de gastar demais.

A mulher por consequência gritou com a empregada, que se assustou e ao levar a louça para a pia, tropeçou num cachorrinho e acabou de quebrar alguns pratos.

Por causa disso, ela ficou muito zangada e chutou o cachorrinho por que ele a ter feito tropeçar.

O cachorrinho saiu correndo da casa, furioso e ao chegar na rua, mordeu uma senhora que passava, por ela lhe atrapalhou a saída o portão.

A senhora por causa da mordida do cão, foi levada à farmácia para tomar uma vacina e fazer um curativo no ferimento da mordida deixada pelo cachorrinho.

Por causa da dor da vacina ela gritou e xingou o farmacêutico. Este ao chegar em casa, gritou com sua mãe, por que o jantar não estava do seu agrado.

Mas, a mãe do farmacêutico, uma pessoa de bem com a vida e tolerante, embebida de muito amor e bondade, perdoou o filho, afagou seus cabelos, beijou-lhe e disse:

- Filho, você está cansado, trabalha muito. Prometo que amanhã, farei o seu doce predileto. Agora você precisa dormir. Vou trocar os lençóis da cama, para que fique bem limpinha e cheirosa. Amanhã você se sentirá muito melhor.

Assim retirou-se, deixando o filho sozinho mergulhado em seus pensamentos.

Naquele momento, a atitude da mãe daquele rapaz, rompeu o círculo do ódio. Com Tolerância, Perdão e Amor.

Então lembre-se de uma coisa importante : apenas a Tolerância, o Amor e o Perdão, podem romper um círculo de ódio. 

E você imagina qual a consequência disso? 

Talvez um dia não termos mais necessidades de presídios, tragédias humanas, guerras.

Utopia? Pode até ser... Se continuarmos alimentando o círculo do ódio... As consequências, você já conhece e sabe aonde isso vai levar!

Pense nisso!



Sigmar Sabin