22 de setembro de 2011

Estradas largas e Pontos de Vista Estreitos

Os homens em geral formam suas opiniões guiando se antes pela vista do que pelo tato, pois todos sabem ver mas poucos sentir. Cada qual vê o que parecemos ser, poucos sentem o que realmente somos.
Maquiavel  



O paradoxo do nosso tempo é que temos edifícios mais altos e temperamentos mais reduzidos, estradas mais largas e pontos de vista mais estreitos.

Gastamos mais, mas temos menos, compramos mais, mas desfrutamos menos.

Temos casas maiores e famílias menores, mais conforto e menos tempo.

Temos mais graduações acadêmicas, porém menos sentimentos comuns, maior conhecimento, mas menor capacidade de julgamento,

Mais peritos, e mais problemas, melhor medicina, mas menor bem-estar.

Bebemos demasiado, fumamos demasiado, desperdiçamos demasiado, rimos muito pouco.

Movemo-nos muito rápido, irritamo-nos demasiado.

Mantemo-nos muito tempo acordados, amanhecemos cansados.

Lemos muito pouco, vemos televisão demais e oramos raramente.

Multiplicamos o nosso património, mas reduzimos os nossos valores.

Falamos demasiado, amamos pouco e odiamos muito frequentemente.

Aprendemos a ganhar a vida, mas não a vivê-la.

Adicionamos anos às nossas vidas, não vida aos nossos anos.

Conseguimos ir à lua e voltar, mas temos dificuldade em cruzar a rua para conhecer um novo vizinho.

Conquistamos o espaço exterior, mas não o interior.

Temos feito grandes coisas, mas nem por isso melhores.

Limpamos o ar, mas contaminamos a nossa alma.

Conquistamos o átomo, mas não nos livramos dos nossos preconceitos.

Escrevemos mais, mas aprendemos menos..

Planejamos mais, mas desfrutamos menos..

Aprendemos a apressar-nos, mas não a esperar.

Produzimos computadores que podem processar maior informação e difundi-la, mas nos comunicamos cada vez menos e menos.

Estamos no tempo das comidas rápidas e digestões lentas, de homens de grande estatura e de pequeno carácter, de enormes ganhos econômicos e relações humanas superficiais.

Hoje em dia, há dois ordenados, porém mais divórcios, casas mais luxuosas, mas lares desfeitos.

São tempos de viagens rápidos, fraldas descatáveis, moral descartável, encontros de uma noite, corpos obesos, e pílulas que fazem tudo, desde alegrar e acalmar, até matar.

São tempos em que há muito na montra e pouco no armazém.

Tempos em que a tecnologia pode fazer-te chegar esta carta, e em que tu podes optar por partilhar estas reflexões ou simplemente excluí-las.

Lembra-te de passar algum tempo com os teus entes queridos, porque eles não estarão aqui para sempre.

Lembra-te de ser amável com quem agora te admira, porque essa pessoa crescerá muito rapidamente e se afastará de ti.

Lembra-te de abraçar quem está perto de ti porque esse é o único tesouro que podes dar com o coração, sem que te custe nem um centavo.

Lembra-te de dizer “te amo” ao teu companheiro e aos teus seres queridos,
mas, sobretudo, diga-o com sinceridade.

Um beijo e um abraço podem curar uma ferida, quando são dados com toda a alma.

Dedica tempo para amar e para conversar, e partilha as tuas ideias mais apreciadas.

E nunca esqueças:

A vida não se mede pelo número de vezes que respiramos, mas pelos extraordinários momentos que passamos juntos.
(GEORGE CARLIN, norte-americano, faleceu em 2008, aos 71 anos. Comediante e pensador)
 











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