30 de julho de 2011

Meu nome é esperança.


Sorrio para você desde a sua entrada na vida...
Sigo-lhe os passos e não o deixo senão nos mundos onde se realizam as promessas de felicidade, incessantemente murmuradas aos seus ouvidos.
Sou sua fiel amiga. Não repila minhas inspirações...
Eu sou a esperança.
Sou eu que canto através do rouxinol e que solto aos ecos das florestas essas notas lamentosas e cadenciadas que o fazem sonhar com o céu...
Sou eu que inspiro à andorinha o desejo de aquecer seus amores no abrigo seguro da sua morada...
Brinco na brisa ligeira que acaricia os seus cabelos e espalho aos seus pés o suave perfume das flores dos canteiros...
...e você quase não pensa nessa amiga tão devotada!
Não me despreze: sou a esperança!
Tomo todas as formas para me aproximar de você...
Sou a estrela que brilha no azul e o quente raio de sol que o vivifica...
Embalo as suas noites com sonhos ridentes e expulso, para longe, as negras preocupações e os pensamentos sombrios.
Guio seus passos para o caminho da virtude e o acompanho nas visitas aos pobres, aos aflitos, aos moribundos e lhe inspiro palavras afetuosas e consoladoras.
Não me esqueça...
Eu sou a esperança!
Sou eu que, no inverno, faço crescer, na casca dos carvalhos, o musgo espesso com que os passarinhos fazem seus ninhos.
Sou eu que, na primavera, coroo a macieira e a amendoeira de flores rosas e brancas e as espalho sobre a terra como um sopro celeste, que o faz aspirar a mundos mais felizes.
Estou com você, principalmente quando é pobre e sofredor, e minha voz ressoa incessantemente aos seus ouvidos.
Não me despreze... Eu sou a esperança.
Não me repila, porque o anjo do desespero faz guerra encarniçada e se esforça para, junto de você, tomar o meu lugar.
Nem sempre sou a mais forte. E quando o desespero consegue me afastar, envolve-o com suas asas fúnebres, desvia os seus pensamentos de Deus e o conduz ao suicídio.
Una-se a mim para afastar sua desastrosa influência e deixe-se embalar docemente em meus braços...
Porque eu sou a esperança...

* * *

Um dia, um Espírito Sublime abandonou um jardim de estrelas para nascer na Terra e depositar nas almas as gemas preciosas da esperança...
E, nestes dias de inquietação e desassossego, Jesus continua sendo a esperança que reergue os Espíritos e a paz que penetra os corações.
Ainda hoje, o Mestre de Nazaré é a grande esperança que Se tornou realidade.


Redação do Momento Espírita com base no artigo A esperança,
da Revista Espírita de fevereiro de 1862, de Allan Kardec.


Nenhum comentário: