5 de abril de 2010

Há 30 anos, o Brasil voltava a vencer na F1

Texto do jornalista Márcio Arruda do Jornal do Brasil:
A temporada de 1980 da Fórmula 1 foi marcante para o Brasil. Foi neste distante ano que o Brasil voltou a ter alegrias na categoria. Depois da empreitada de Emerson Fittipaldi na construção de sua própria equipe na F1, o país passou por um jejum que já durava quase cinco anos. A última vitória tinha sido no GP da Inglaterra de 1975, com a McLaren de Fittipaldi.

O campeonato mundial de F1 de 1980 começou com muitas incertezas. Emerson, que ainda estava às voltas com os infindáveis problemas com sua escuderia, era o grande nome do Brasil. Havia, também, um jovem brasileiro que iniciava seu segundo campeonato da categoria.

Surpreendentemente promovido a primeiro piloto da Brabham, Nélson Piquet se viu “sozinho” no time de Bernie Ecclestone depois da aposentadoria da estrela da companhia Niki Lauda – que retornaria à categoria em 1982. Uma verdadeira aposta, já que o brasileiro só havia feito três pontos na temporada anterior, no Grande Prêmio da Holanda.

Depois de um pódio na corrida de abertura, em Buenos Aires, a Brabham não se encontrou nas duas seguintes – 19° em Interlagos, São Paulo, e 4° em Kyalami, África do Sul.

A quarta etapa foi o Grande Prêmio dos Estados Unidos (Oeste), marcado para o dia 30 de março nas ruas de Long Beach. O fim de semana começou bem para a Brabham, com Nélson cravando a primeira pole-position de sua carreira (1min17’694). Na largada, Piquet dividiu a primeira curva com o Renault de René Arnoux e fez prevalecer sua posição de largada.

O domínio da Brabham número 5 foi indiscutível durante as 80 voltas do Grande Prêmio; tanto que Piquet fez a melhor volta da prova – 1min19’83 – e colocou uma volta no inglês John Watson (McLaren), no campeão Jody Scheckter (Ferrari) e no francês Didier Pironi (Ligier), quarto, quinto e sexto lugares, respectivamente. O hat trick (conhecido por nós, brasileiros, como barba, cabelo e bigode) selou o fim de semana perfeito para Nélson.

No pódio, Piquet teve a companhia do ídolo Emerson Fittipaldi; o nosso bicampeão, que largou em 24° em Long Beach, fez excelente prova e terminou em terceiro. Entre eles, o italiano Riccardo Patrese, de Arrows. A vitória de Nélson alavancou o brasileiro à condição de talento da Fórmula 1. Naquele ano, o brasileiro venceu mais dois GPS (Holanda, em Zandvoort, e Itália, em Ímola) e ficou com o vice-campeonato. Um bom começo de carreira para o nosso tricampeão, que chegou 23 vezes em primeiro, colecionando 24 poles e 23 voltas mais rápidas.

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